Profissional da saúde sem oportunidade de emprego, precisa catar recicláveis para alimentar seus filhos em Patos
O Brasil mergulhou em uma das maiores crises sociais dos últimos. Os
números alarmantes são vistos na imprensa nacional, mas a realidade está mais
próxima do que se imagina. Com mais de cem milhões de pessoas com insegurança
alimentar, desemprego atingindo outros milhões, a saída de muitos brasileiros é
a busca de sobrevivência com tudo que estiver ao seu alcance.
A técnica de enfermagem e vigilante profissional Maíra Vidal de Paiva
Pinheiro, de 41 anos, viu sua vida ficar cada vez mais difícil ao lado dos seus
filhos quando perdeu seu emprego e a situação familiar ter adversidades que
levaram ao desespero. Maíra já trabalhou no Hospital Regional de Patos por
vários meses, em Unidade Básica de Saúde do Município de Patos e também fez
atividades como segurança em eventos.
Morando com seus três filhos, sendo dois pequenos, em uma casa simples
no Bairro Novo Horizonte, Maíra tem a renda proveniente do Bolsa Família de R$
375,00 diante do acréscimo do auxílio emergencial. O aluguel da casa custa R$
350,00 e a mãe solteira tem a ajuda de R$ 200,00 da sua mãe. O ex-marido não
tem contribuído financeiramente para ajudar nas despesas dos filhos e Maíra foi
vendo a situação ficar insustentável dentro de casa.
Há alguns meses, Maíra conseguiu um carro de mão improvisado e decidiu
começar a catar material reciclado nos lixos deixados nas portas das casas no
Bairro Novo Horizonte, Belo Horizonte, Jardim Lacerda e adjacências. Os dois
filhos pequenos acompanham a mãe, pois não tem com quem ficar. O menino e a
menina às vezes são transportados dentro do próprio carrinho.
"É muito difícil ver os filhos pedindo comida e você não ter pra dar. Eu quero uma oportunidade de emprego. Eu ajudo meu ex-cunhado na coleta de material reciclado e tem momentos que deixo os meninos com a vizinha, mas quase sempre eles estão comigo”, relatou Maíra.
Maíra Vidal de Paiva Pinheiro está entre os milhões de brasileiros que
lutam pela vida diariamente com dignidade, perseverança e que buscam dias
melhores em meio a uma sociedade de profundas desigualdades sociais. O Brasil
voltou a figurar no lamentável quadro de miséria absoluta e vem a cada ano
sofrendo sem políticas públicas que amenizem a situação dos desalentados.
Carregando as marcas de uma vida difícil, Maíra está entre as dezenas de
patoenses que atualmente complementam a renda familiar catando material
reciclado nos lixos. O telefone pra contato de Maíra é (83) 9 9641
4946.
Por Polêmica Patos
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