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"O tempo do PT já passou", assegura Bolsonaro em entrevista

 

Numa entrevista exclusiva, hoje, no Palácio do Planalto, em Brasília, ao jornalista Victor Paiva, para o Sistema Correio de Comunicação, da Paraíba, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que não está preocupado com uma possível candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022, frisou que está ultimando entendimentos com o Partido Liberal (PL) para sua filiação e considerou uma “balela” a versão que o eleitorado nordestino é de esquerda. 

“Eu tenho sido bem recebido em várias regiões, como o Nordeste, quando levo ações de ministérios e benefícios para a população. O que sinto é que o povo gosta da gente, reconhece as ações do governo”, salientou o mandatário.

A entrevista, que durou cerca de uma hora, foi transmitida ao meio dia de hoje pelas plataformas do Sistema Correio de Comunicação, cujos apresentadores fizeram questão de enaltecer o “feito jornalístico” e destacaram a receptividade demonstrada pelo presidente ao acolher a equipe de jornalismo no Palácio do Planalto. Esta foi a primeira vez que uma equipe da imprensa paraibana foi recebida por um presidente da República em Brasília, destacou o portal Correio, e na ocasião Bolsonaro fez um balanço da administração nas áreas da Economia, Saúde, Educação e Infraestrutura. Também abordou temas polêmicos como a CPI da Pandemia e as duras críticas de governadores do Nordeste. Ataques ao Judiciário e rompimentos com aliados também foram temas da entrevista. A coordenação jornalística foi de Ana Cláudia Brandão. Ao final, o presidente deixou uma mensagem aos paraibanos no sentido de acreditarem no Brasil. 

“Este país tem um potencial que nenhum outro tem”, frisou, referindo-se a potencialidades e conquistas alcançadas em diversos setores, inclusive de infraestrutura e tecnologia.

Bolsonaro, no diálogo com Victor Paiva, esquivou-se de aprofundar comentários sobre questões políticas e fez restrições aos governos petistas quanto à execução das obras de transposição das águas do rio São Francisco, acentuando que a sua gestão é quem está acelerando a finalização dos investimentos, cuja concepção preferiu atribuir ao Imperador Dom Pedro II, ao invés de dar crédito ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujos apoiadores apontam como “redentor” da população nordestina. O presidente, igualmente, criticou o relatório final da CPI da Covid instalada pelo Senado, elencando fatos que constituiriam crimes de responsabilidade do governo federal durante a pandemia de coronavírus. 

“Os senadores que são oposição ao meu governo não fizeram nada na CPI, não provaram nada. Pessoalmente, não tenho nada a temer”, manifestou o chefe do Executivo

Durante a entrevista, Bolsonaro elogiou o trabalho que vem sendo desenvolvido à frente do Ministério da Saúde pelo cardiologista paraibano Marcelo Queiroga, que sucedeu ao general Eduardo Pazuello. Declarou que Queiroga é “um apaixonado pela vacinação” e tem tido, de sua parte, todo o apoio para levar à frente a campanha de imunização. “Estou muito feliz com o seu trabalho, o ministro Queiroga vem fazendo seu papel, evidente que em articulação com as diretrizes do governo federal”. Criticou governadores e outros integrantes do Consórcio Nordeste que, a seu ver, não agiram com espírito patriótico nem com sentimento de colaboração com o governo federal para o enfrentamento ao coronavírus, mas deixou claro que nem por isso deixou de cumprir suas responsabilidades. 

O presidente Jair Bolsonaro afirmou ao jornalista Victor Paiva que o cargo de mandatário é “muito estressante”, mas teve o cuidado de observar que não se tratava de uma queixa diante dos desafios que tem encontrado e, até mesmo, conforme sinalizou, de eventuais incompreensões para com atos que tem tomado. Explicou que foi eleito em 2018, entre outras coisas, para combater a corrupção e, apesar das críticas da oposição, avalia que tem cumprido essa finalidade. Bolsonaro criticou ex-aliados que hoje repudiam e criticam o seu governo, chamando-os de “traidores” e prognosticando que eles terão “o seu atestado de óbito” nas urnas no próximo ano. 

Ele evitou antecipar preferências quanto a candidaturas ao governo do Estado na Paraíba e chegou a lembrar que na campanha anterior, em alguns Estados, fez sua pregação sem palanques. Mesmo assim, considera que há articulações bem encaminhadas e que suas chances irão crescer à medida que debater com a sociedade as realizações encetadas pelo seu governo.


Por Nonato Guedes

 


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