Pix deverá ser ampliado para operações internacionais e sem internet
Para os próximos anos, o Pix, ferramenta de transferência instantânea de
recursos, poderá ser usado em operações sem acesso à internet e em transações
internacionais, anunciou hoje (16) o presidente do Banco Central
(BC), Roberto Campos Neto. As novidades ainda não têm data para
entrarem em vigor.
Campos Neto fez o anúncio em evento especial do BC para celebrar o aniversário de um ano da nova ferramenta. Segundo ele, o Pix ainda não atingiu todo o potencial.
“O uso do QR Code [Código QR, versão avançada do código de barras fotografada pelo celular] ainda depende de melhor assimilação da tecnologia pelos usuários”, explicou.
Apesar de algumas novidades do Pix dependerem de desenvolvimentos tecnológicos, o presidente do BC considerou revolucionária a evolução do sistema instantâneo de pagamentos, que funciona 24 horas por dia e permite a transferência de recursos entre contas de instituições financeiras diferentes.
“A realidade superou as expectativas. O uso do Pix aumenta mês após mês. A velocidade de adoção é a mais rápida do mundo”, destacou Campos Neto.
Até outubro deste ano, cerca de 7 bilhões de transações foram executadas
por meio do sistema, movimentando R$ 4 trilhões. O recorde diário de transações
ocorreu no último dia 5 de novembro, com 50.045.289 operações.
O Pix tinha 348,1 milhões de chaves cadastradas por 112,65 milhões de
usuários (105,24 milhões de pessoas físicas e 7,41 milhões de pessoas
jurídicas), também até outubro deste ano. Ao todo, 62,4% da população acima de
18 anos usou a ferramenta para enviar ou receber dinheiro. No período, havia
762 instituições financeiras cadastradas para operar o Pix e 87 em fase de
adesão. Entre essas instituições, estão bancos, financeiras, instituições de
pagamento, cooperativas de crédito e fintechs (startups financeiras).
Em 12 meses de funcionamento, o Pix ultrapassou, em número de
transações, meios de pagamento tradicionais. A ferramenta superou a
Transferência Eletrônica Disponível (TED) e o Documento de Ordem de Crédito
(DOC) em janeiro deste ano. Em março, foi a vez de o Pix tomar o lugar dos
boletos bancários na preferência por meios de pagamento.
Inclusão
Diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do BC, João
Manoel Pinho de Mello disse que o crescimento do Pix tem sido proporcionalmente
maior em classes mais baixas, com 45,6 milhões de pessoas que estavam fora do
sistema financeiro passando a operar pagamentos digitais. Entre as camadas de
menor renda, o número de usuários do Pix subiu 131% entre março e outubro deste
ano, contra crescimento de 52% no total da população.
Segundo Pinho de Mello, o Pix tem ganhado a adesão de beneficiários de
programas sociais. Cerca de 35% dos inscritos no Cadastro Único para Programas
Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e de 25% dos beneficiários do Bolsa
Família usaram o sistema de pagamentos instantâneos para movimentarem os
benefícios.
O Brasil, ressaltou o diretor do BC, passou a ocupar o terceiro lugar
entre os países que mais usam pagamentos instantâneos, atrás apenas da Suécia,
que adotou o sistema há sete anos, e a Dinamarca, há cinco anos.
Pix Saque e Pix
Troco
Até o fim do ano, o Pix ganhará novas funcionalidades. Hoje, entrou
em vigor um mecanismo de segurança que agiliza a devolução de recursos a usuários vítimas de fraude ou de
problemas operacionais entre as instituições participantes.
No próximo dia 29, passam a funcionar o Pix Saque e o Pix Troco. O
primeiro permite que o usuário transfira recursos para uma conta Pix em pontos
que ofertarem o serviço e sacar dinheiro em espécie. O segundo permite que o
cliente transfira, para a conta de estabelecimentos comerciais, quantias
maiores que o valor da compra e saque a diferença em forma de troco.
Ainda neste trimestre, o iniciador de
pagamentos, hoje existente para compras com cartão de crédito e
débito, deverá ser estendido ao Pix. Por meio dessa ferramenta, o cliente
recebe um link com o valor da transação, bastando confirmar os dados e
autorizar o pagamento, sem precisar entrar no aplicativo do banco. No caso do
Pix, bastará o usuário digitar a senha da conta corrente.
Fonte:
Agência Brasil
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