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“O futuro de Bolsonaro depende do que descobrirmos nos sigilos de 100 anos”, diz Simone Tebet

 

A senadora Simone Tebet, aposta na queda dos sigilos de 100 anos – prometida por Lula – como uma forma de enfraquecer a liderança de Jair Bolsonaro. A declaração foi dada em entrevista à revista IstoÉ publicada nesta sexta-feira, (18).

“O futuro dele [Bolsonaro] depende do que descobriremos nos sigilos de 100 anos , do destrinchamento de esquemas de corrupção, dos concluídos do relatório da CPI da Covid, que identificou uma série de irregularidades na condução da pandemia, da confirmação das suspeitas em relação a ele e à família”, destacou. “Em havendo confirmado das denúncias de corrupção, ele sofrerá desgaste.” 

Segundo ela, a leitura se dá porque parte da população que se opôs a Lula só apoiou Bolsonaro por ter a sensação de que o PT estaria ligado à corrupção. Para ela, portanto, havendo a confirmação de que o ex-capitão e seus familiares são corruptos, a força demonstrada por Bolsonaro, que teve 58 milhões de votos, tende a reduzir drasticamente.

“Lembremos que grande parte da população não queria votar em Lula porque enxerga vínculos entre o PT e a corrupção. […] Isso é decisivo para uma parcela da população. Você tem uma parcela da população que não passa necessidade, que não passa fome. [É] Uma classe média muito antenada com o que acontece no dia a dia da política e que de forma correta, a meu ver, não tolera corrupção”, justifica.

Na conversa, Tebet destaca ainda a necessidade de seguir enfrentando a extrema-direita para além de Bolsonaro e analisando ainda a motivação de consumidores que se prostram em frente aos quartéis pedindo por um golpe militar para depor Lula. 

“Liderada por Bolsonaro, a extrema direita saiu do gueto, do anonimato, do discurso envergonhado das bolhas das redes, para, lamentavelmente, se expor à luz sem nenhuma vergonha dos absurdos e retrocessos civilizatórios que defendem. São retrocessos que precisam ser combatidos diariamente por todos os partidos democráticos do Brasil”, defendeu uma senadora. “Teremos muito trabalho. Mas com moderação, equilíbrio e diálogo e sem um gabinete do ódio financiando fakenews, não tenho dúvidas de que conseguiremos diminuir o espaço que eles hoje ocupam”.

Sobre os atos golpistas, ela diz ver o movimento como fruto de uma ‘ignorância política’. 

“Há toda uma geração que nasceu pós-ditadura e não tem noção do que pede. Quando eles reivindicam uma intervenção militar, não percebem que estão pedindo para viver num país onde qualquer um pode ser preso sem direito a habeas corpus, advogado ou a sair vivo da cadeia. Quando pedem intervenção militar, mal sabem que estão pedindo para não ter eleição para presidente da República ou liberdade de expressão.”


Por Carta Capital 


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