Piso da enfermagem: PEC que destrava a lei tem votação no Senado nesta terça-feira 20
Após aprovação na Câmara dos Deputados, a
PEC que pode destravar o piso salarial da enfermagem será votada nesta
terça-feira (20) pelo Senado. A sessão está prevista para às 16h.
A proposta de emenda à Constituição (PEC
42/2022) deve garantir, constitucionalmente, os recursos para financiar os
novos salários. Atualmente, o pagamento do piso está suspenso pelo Supremo
Tribunal Federal, sob questionamentos, dentre os quais, a fonte de recursos
para custear o piso por entes públicos e entidades filantrópicas.
A proposta altera o art. 198 da Constituição
Federal, para que a União preste assistência financeira complementar aos
Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios, às entidades filantrópicas e de
prestadores de serviços com um mínimo de atendimento de 60% de pacientes do
Sistema Único de Saúde (SUS).
A PEC, de autoria do deputado federal
cearense Mauro Filho (PDT), direciona recursos do superávit financeiro de
fundos públicos e do Fundo Social para financiar o piso.
A lei sancionada em agosto deste ano
instituiu um salário-mínimo de R$ 4.750 para enfermeiros, de R$ 3.325 para
técnicos de enfermagem e de R$ 2.375 para auxiliares de enfermagem e parteiras.
ENTENDA A
APROVAÇÃO DO PISO
O piso salarial da enfermagem foi proposto
pelo senador Fábio Contarato (PT) e teve tramitação finalizada no Congresso
Nacional em maio deste ano.
Em 14 de julho, o Congresso promulgou a
Emenda Constitucional (EC) 124 para possibilitar que o piso fosse instituído
sem questionamentos na Justiça, já que não cabe ao Legislativo tratar de remunerações
profissionais. Só em 4 de agosto foi sancionada a respectiva norma, a Lei
14.434, de 2022.
AÇÃO
CONTRA O PISO DA ENFERMAGEM
Em setembro, a maioria dos ministros do
Supremo Tribunal Federal (STF) votou por manter a suspensão da lei que criou o
piso salarial da enfermagem até que fossem analisados impactos da nova lei no
orçamento de estados, municípios e entidades públicas e privadas, além dos
reflexos na qualidade da prestação dos serviços de saúde.
O STF avalia uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade movida pela CNSaúde, alegando vícios de
inconstitucionalidade diante da tramitação no Congresso Nacional e também por
"efeitos práticos adversos".
Em todo país, a aplicação do piso
praticamente não avançou diante do questionamento da CNSaúde. No Ceará, desde a
sanção, apenas a Prefeitura de Tauá instituiu em lei municipal o novo piso.
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