Delegado exonerado do cargo tinha histórico de confusões e atirou em festa de ex-jogador Marcelinho Paraíba
O delegado Rodrigo Pinheiro, envolvido na agressão contra um adolescente, nessa segunda-feira (28), em Piancó, no Sertão paraibano, tem um histórico de participação em confusões e ameaças, incluindo disparos de arma de fogo em uma festa do ex-jogador Marcelinho Paraíba. Os casos foram lembrados pelo ClickPB nesta terça-feira (29).
Na confusão mais recente, Rodrigo Pinheiro não gostou da briga entre sua filha, de 12 anos, e um adolescente de 14 anos, vítima de bullying cometido pela menina.
Como relatado, os dois menores de idade se envolveram em uma discussão em frente a uma escola em Piancó, com troca de insultos e agressões físicas. Após a briga, os adolescente foram para casa e o delegado, ao ver a filha agredida, foi até a casa do garoto, entrou na residência e o agrediu com socos e tapas, quebrando três dentes da vítima.
A família do rapaz denunciou o delegado, que foi ouvido e afastado do cargo de delegado de Piancó. Ele vai responder a inquérito policial, que será presidido por dois delegados.
“Como servidor público que também sou, não aceitamos conduta dessa forma. Foram designados dois delegados para presidir o inquérito e conduzir as investigações. Foi decidido por afastar ele imediatamente das funções de delegado na cidade de Piancó e comunicamos à corregedoria da Civil. Ele vai responder inquérito policial e esperamos determinação do Poder Judiciário”, afirmou o delegado geral da Polícia Civil da Paraíba, André Rabelo, em entrevista ao programa Arapuan Verdade, da Arapuan FM.
Confusão em festa de Marcelinho Paraíba
Em novembro de 2011, o então atacante Marcelinho Paraíba promoveu uma festa em uma granja em Campina Grande. Durante o evento, ele se envolveu com uma mulher e ela, depois, o acusou de estupro a agressões, como empurrões e mordidas. A vítima era irmã do delegado Rodrigo Pinheiro, que estava responsável pela Delegacia de São José da Mata.
Rodrigo Pinheiro também estava participando da festa e quando percebeu as acusações feitas pela irmã sacou uma arma e efetuou diversos disparos de arma de fogo na tentativa de intimidar Marcelinho e amigos do jogador.
Na época, em depoimento, Marcelinho Paraíba relatou estar sob efeito de álcool e reconheceu ter tentado beijar a irmã do delegado, negando tentativa de conjunção carnal.
“Não tinha nenhum relacionamento com essa mulher, já tinha visto ela junto com ele [o irmão, o delegado Rodrigo Pinheiro], mas não tínhamos relacionamento nenhum. Primeiramente, queria pedir desculpas às crianças e à torcida do Sport. Essa acusação não procede. Que isso aí sirva de lição para mim e para outras pessoas também”, afirmou o jogador na época, como acompanhado pelo ClickPB.
Agressão contra membros da imprensa
Ainda na delegacia, enquanto aguardava definições sobre o caso, Rodrigo Pinheiro agrediu verbalmente e com empurrões dois jornalistas, que trabalhavam nos Diários Associados.
Durante as agressões, o delegado mandou que os profissionais desligassem equipamentos de trabalho e os ameaçou, dizendo que iria perseguir os profissionais enquanto eles ainda trabalhassem em Campina Grande.
Delegado indiciado
Em fevereiro de 2012, Rodrigo Pinheiro foi indiciado por efetuar os disparos na festa de Marcelinho Paraíba. Na época, em mais de um depoimento, o delegado negou ter efetuado disparos durante o evento.
Dois meses após deixar a Delegacia de São José da Mata por conta da confusão, Rodrigo Pinheiro foi designado para ser delegado em Sapé, na Zona da Mata do estado, em fevereiro de 2012.
Delegado agride advogada:
A Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Vale do Piancó, no Sertão da Paraíba, acionou a Corregedoria da Polícia Civil para apurar a conduta do delegado Rodrigo Pinheiro, de Piancó, contra a advogada Inêz Remígio Batista. Ela relatou ter sido tratada “aos gritos” ao acompanhar sua cliente, Flávia Batista Florêncio, que denunciou a agressão de um ex-companheiro e foi perguntada pelo delegado se a escoriação não foi causada pelo guarda-roupa.
O presidente da subseção, José Marcílio Batista, afirmou que essa não foi a primeira vez que a advogada foi destratada pelo delegado e que, por isso, vai pedir providências à Corregedoria. Ele ainda garantiu que a OAB está prestando toda a assistência necessária à advogada. O G1 não conseguiu falar com o delegado Rodrigo Pinheiro para tratar da circunstância envolvendo a advogada.
“Da primeira vez, ela foi acompanhar um cliente e foi expulsa da sala. Dessa vez, ele disse aos gritos que quem mandava na delegacia era ele, como se ela não pudesse pleitear junto à cliente. Em qualquer caso, ela pode acompanhar um cliente, pode pedir providências. Ela foi destratada enquanto mulher e enquanto advogada”, declarou Batista.
Por Click PB e G1
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